Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Brasil colônia e as famosas imagens ocas



Um livro muito interessante se encontra no acervo João Chiarini, “A Santa do Pau Ôco e outras histórias”.  O autor, Menezes de Oliva, através de uma escrita leve e descontraída, mistura fatos históricos, artísticos e literários  de assuntos muito curiosos, como por exemplo, o contrabando de metais preciosos no Brasil colônia e porque algumas imagens de culto
ganhavam o apelido de santo do pau oco.


Transcrevo alguns trechos do livro:

“Ante as exigências extorsivas do fisco entrou o contrabando nos hábitos da vida da Colônia, chegando mesmo a se constituírem vastas quadrilhas de ricos ourives mancomunados com fortes negociantes, que, burlando a vigilância das autoridades coloniais, procuravam auferir grandes lucros das suas delituosas atividades. Em 1775, recebeu o Vice-Rei Marquês do Lavradio participação oficial ´da descoberta, em Lisboa, de uma sociedade de contrabandistas de diamantes e ouro em pó, com ramificações no Rio de Janeiro e em Minas... Faiscadores e garimpeiros usavam toda sorte de artifícios na prática do seu comércio ilegal. O contrabando de diamantes e ouro em pó se fazia nos tações das botas, em caixas com fundos duplos, dentro de imagens, de bengalas e no cabo ôco dos chicotes, na coronha ou próprio cano das espingardas e pistolas, sem contar o truque de coser sacos de ouro nas cangalhas ou ocultá-los em cavidades adrede preparadas na madeira das canastras dos animais da tropa. Conta Eschewege que um tropeiro teve mesmo a ideia  quando conduzia uma boiada,m de atar sacos pequenos com ouro nas caudas dos bois mansos, e, faz referências à conhecida artimanha de cobrir com pano os diamantes para depois usá-los como se fossem botões!”

“Existia, por exemplo, no Registro de Paraibuna uma velha encarregada, por delegação oficial, de administrar purgantes às senhoras de uma certa posição e sôbre as quais havia a denúncia de que tivessem engulido pequenos diamantes!”

O autor também conta histórias de como entravam moedas falsas no país “o dinheiro falso, de cunho perfeitíssimo e fundição esmerada, quase não se distinguia do verdadeiro, e, dest´arte, entrava facilmente em giro”.

Essas moedas também chegavam no Brasil dentro de imagens ôcas. Muitas dessas imagens ainda estão preservadas e  podem ser encontradas em Museus de Arte Sacra pelo país.
“Contou-me Marques de Santos, que, adquirira, certa vez, de procedência mineira, uma 
Nossa Senhora da Conceição, medindo pouco mais ou menos quarenta centímetros de altura. Quando, porém, mandou emergí-la numa solução de soda caustica, afim de remover as camadas de tinta e douração que a revestiam, viu despregar-se da base da imagem uma pequenina peça de madeira, que logo descobriu um orifício por onde escorria, de mistura com o líquido, autêntico pó de ouro!”

“(...) a Nossa Senhora da Conceição em apreço era uma verdadeira SANTA DO PAU ÔCO, feita, especialmente, para contrabandear ouro em pó...Quem recebia tais imagens conhecia, de antemão, o segredo de devassar-lhe as entranhas.”

Essas e outras histórias podem ser encontradas no livro de Oliva.



Esse é o último post do ano do blog. Nós , do Centro Cultural Martha Watts, desejamos a todos vocês que nos acompanham um FELIZ NATAL e um PRÓSPERO ANO NOVO!!!!!! Que 2016 seja repleto de alegria e realizações!!!
Voltamos em fevereiro!!


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Corinthians, campeão Brasileiro de 1990


Em 1990, após um jejum de 80 anos, o Esporte Clube Corinthians Paulista conquistou seu primeiro título Brasileiro. Com gol de Tupãzinho, a equipe alvinegra superou a equipe do São Paulo no Morumbi e levou a taça. Na época, a final do campeonato era disputada no chamado “Mata-mata” com duas partidas, diferentemente do modelo atual de pontos corridos.


No acervo Rocha Neto, disponível no Espaço Memória do Centro Cultural Martha Watts, existe cerca de 30.000 periódicos sobre futebol. Ali estão descritos grandes conquistas das maiores equipes do Brasil e feitos memoráveis como a vitória Corintiana.

As páginas seguintes são do jornal “A Gazeta Esportiva” dos dias 18 e 19 de dezembro de 1990, que homenageavam o recém campeão brasileiro.



Além das capas que destacavam o título inédito e a festa da torcida Corintiana, houve a publicação de pôsteres do campeão.


Em outra página, o autor do gol do titulo foi lembrado. Tupãzinho foi o grande responsável pela vitória alvinegra na partida que terminou em 1 a 0. Na partida anterior o Corinthians já havia ganhado em casa pelo mesmo placar.


As equipes que jogaram este jogo tiveram as seguintes escalações:

Corinthians: Ronaldo, Giba, Marcelo, Guinei e Jacenir; Márcio, Wilson Mano (Ezequiel), Tupãzinho e Neto; Fabinho e Mauro (Paulo Sérgio). Téc. Nelsinho Baptista
São Paulo: Zetti, Antônio Carlos, Cafu, Ivan, Leonardo, Elivélton, Raí, Bernardo, Flavio Paiva, Eliel e Mário Tilico. Téc: Telê Santana
Uma das páginas descreveu a trajetória de cada jogador da equipe campeã.


Adriano Zaulkauskas, estudante do sétimo semestre do curso de História da Unimep.

Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.