Espaço MEMÓRIA PIRACICABANA

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sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Tragédia no Gran Circo Norte-Americano



“Vai, vai, vai começar a brincadeira. Tem charanga tocando a noite inteira. Vem,vem, vem ver o circo de verdade. Tem, tem, tem picadeiro de qualidade. Corre, corre minha gente que é preciso ser esperto. Quem quiser que vá na frente, vê melhor quem vê de perto”. (Trecho da música “O Circo”)

O Blog Acervos Históricos relembra esta semana a maior tragédia ocorrida há exatamente 53 anos.
Como descrito no inicio deste texto, a música ‘O Circo’ dizia exatamente como a cidade de Niterói (RJ) aguardava a estréia do Gran Circo Norte-Americano, o mais famoso da América Latina, na noite de 17 de dezembro de 1961.  Mais de três mil crianças e familiares estavam alegres e ansiosos para a tarde mais esperada dos últimos dias.
Mas essa alegria durou pouco. Construído de material altamente inflamável – nylon e plástico, o circo incendiou-se e, em um período de dez minutos estava reduzido a cinzas.
De acordo com o jornal ‘O Diário’ (1935-1992), as crianças que logravam sair do circo em chamas surgiam como “tochas humanas”, correndo e gritando desesperadamente. Em algumas horas, o número de óbitos elevou-se a trezentos e três.


O incendiário
A reportagem também dizia que  o ex-empregado do circo Norte Americano, Adilson Marcelino Alves, foi o autor do incêndio. Alves confessou o crime ao delegado na época, Pericles Gonçalves. Um cúmplice do criminoso confesso também foi preso. Este apontado como fornecedor do combustível utilizado para incendiar a estrutura: “O cúmplice do criminoso foi identificado como sendo Valter Roberto dos Santos”, disse ‘O Diário’.
Adilson Alves, em depoimento, confessou que foi movido a vingança e relatou ter sido agredido na véspera por um porteiro do circo, “e não podendo revidar fisicamente, comprou um litro de gasolina, e no momento em que todos tinham suas atenções voltadas ara o espetáculo, espargiu o inflamável sobre a lona, atirando-lhe fogo em seguida, no que foi ajudado por seu comparsa Valter”.



População duvidava de acusados
Boa parcela da população duvidava de que Adilson e Valter seriam os autores da tragédia. Uma das contradições foi o local em que Valter havia comprado a gasolina. O encarregado do posto de combustível, disse ao ‘O Diário’ que Valter não comprou nenhuma gasolina no local. “Esse homem é um pobre diabo, que vive de pedir esmolas, embriagado, eu não iria vender a alguém assim irresponsável”, disse.
Já uma sobrevivente do atentado disse que o fogo “não foi ateado de baixo para cima, mas provocado por um curto circuito exatamente no ponto mais alto do circo”. Soldados do Corpo de bombeiros também afirmavam que o fogo foi acidental.
“A bem da verdade prefiro ficar com a minha tese a jogar na cadeia um pobre coitado”, assegurava Paulo Pacielo, na época diretor da Polícia técnica. Sendo sua tese que “não há mãos criminosas na catástrofe”.
Mas o laudo da Polícia Técnica foi concluído, certificando que o incêndio foi criminoso. Os próprios autores decidiram permanecer presos, para que não fossem “molestados”.
O Cirurgião Plástico Ivo Pitanguy, foi um dos que se mobilizou para ajudar as vítimas do incêndio.
 Veja a entrevista no link a seguir:

https://www.youtube.com/watch?v=zgEjIqkzsKs




Reinaldo Diniz é aluno do quarto semestre do curso de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo do Jornal ‘O Diário’.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Posters de filmes antigos


Delphim Ferreira da Rocha Netto possui um dos mais completos acervos de futebol do mundo, porém, futebol não era sua única paixão. Rocha Netto também amava filmes antigos (tema já explorado algumas vezes já aqui no blog) e uma parte do seu acervo é destinada ao cinema, onde podemos encontrar artistas que Rocha admirava, tais como: Greta Garbo, Eddie Polo, Charlie Chaplin e tantos outros artistas famosos.

O acervo Rocha Netto conta com vários filmes antigos em VHS, revistas de cinema, posters e jornais, tudo sobre cinema. Nesta ocasião escolhemos mostrar uma compilação de posters de filmes que vai de 1911 até 1962, com o nome de “50 Years of Movie posters”, publicada por “Hamlyn Group”, em 1973.















Tiago Favaris, aluno do sexto semestre de Sistemas de Informação da Unimep.
Pesquisa realizada no acervo Rocha Netto.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O Bonde Elétrico


Os bondes elétricos chegaram a Piracicaba em 1916, inaugurado pela “The Southern Brazil Eletric Co. Limited”. A Cia trouxe para a Noiva da Colina, um luxo que apenas os que moravam na capital possuíam. A primeira linha foi destinada a Escola Agrícola, a 2° para a Vila Rezende e a 3° para a Paulista. A instalação do bonde foi um imenso progresso para a cidade de Piracicaba, lembrada até hoje, principalmente pelos seus moradores de idade mais avançada. A garagem para os bondes era localizada na Praça José Bonifácio, ao lado da Catedral.




Em 1950, a prefeitura do município de Piracicaba assumiu o serviço de bondes de Piracicaba. Em 1967, os bondes , antes considerados um avanço,  já eram tratados como obsoletos, feios e arcaicos para a época e apenas 5 circulavam pelas ruas de Piracicaba.
A edição comemorativa de 1967 do jornal “O diário” do dia 1º de agosto, em homenagem ao Bicentenário de Piracicaba, publicou uma matéria bastante extensa sobre diversos pontos históricos de Piracicaba e incluiu a chegada dos bondes a Piracicaba.
Com o fim dos serviços de bonde, em 1969, os últimos deles se encontram na ESALQ e dentro de um dos pavilhões do Engenho Central, aonde ainda hoje é possível ver uma das linhas do bonde.
Acervo CCMW.IEP/IEP, Bondinho passando ao lado do Centro Cultural Martha Watts.




Tatiane Saglietti, aluna do 6° semestre de história na UNIMEP.
Matéria realizada no acervo do Jornal “O Diário”.


sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Idas e vindas pelas mensagens

Cartas recebidas pelo Folclorista estão guardadas em seu acervo. Ao fundo, João Chiarini. 


“Faço-lhe um bilhete um pouco às pressas (estou abafadíssimo no trabalho do meu livro que tenho de entregá-lo até dezembro encontrando-me extremamente atrasado) para lhe dizer que terei muito prazer de ler o romance de Cecílio Elias Neto sobre o açúcar (...). Um abraço para o romancista e outro para você”.

Estas palavras, de 27 de outubro de 1965, são trechos de uma, das diversas cartas escritas pelo escritor Jorge Amado (1912-2001), ao Professor e Fundador do Centro de Cultura e Folclore de Piracicaba, João Chiarini (1919-1988).
Amigo pessoal de grandes intelectuais, como, Jorge Amado, Lygia Fagundes Telles, Oswald de Andrade, entre tantos outros, Chiarini tem em seu acervo as cartas que trocava com essas pessoas.
Carta de Chiarini para Rocha Netto.


Em seu acervo, destaca-se uma carta enviada em 07 de agosto de 1965, da União Brasileira de Escritores (UBE). Assinada por um dos associados, Wilson Pinto pede desculpas por não “satisfazer o seu agradável pedido”. Chiarini, também folclorista, havia solicitado exemplares de “Mandú e a Deusa Branca”, “As mais belas lendas brasileiras” e “Dicionário mitológico brasileiro”.  
Convites para grandes festividades, também são destaques em seu acervo: 
“Participando dos festejos do 199° aniversário de fundação de Piracicaba, a Câmara Municipal realiza às 20 horas do dia 1º de agosto, uma sessão solene comemorativa, para a qual temos a honra e a satisfação de convidar V.Excia. (...). Contando com a presença atenciosa de V.Excia. à festiva solenidade, antecipando-lhe os agradecimentos e apresentamos-lhes os nossos protestos de elevada estima e consideração”, finaliza Francisco Antonio Coelho, Presidente da Câmara Municipal de Piracicaba.


Primeira edição de "Tieta do Agreste" autografado pelo próprio autor. 

Após 02 de dezembro de 1988 (falecimento do folclorista), a família Chiarini, continuava recebendo mensagens de amigos e Organizações. Uma delas é do Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba (IHGP):

“Exma. Família João Chiarini: O IHGP envia os votos de pesar pelo seu falecimento, reiterando que Piracicaba perde com ele uma de suas forças intelectuais mais expressivas. Às vésperas do Santo Advento, que desejar também muita paz”.  

Cartas, ofícios, revistas, entre outros materiais, estão disponíveis para pesquisa no Espaço Memória Piracicabana.



Reinaldo Diniz, aluno do quarto semestre do curso de Jornalismo da UNIMEP.
Pesquisa realizada no acervo João Chiarini.



sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Parabéns Piracicaba!


Quando Piracicaba completou 200 anos, em 1967, o jornal O Diário fez uma matéria especial com mais de 80 páginas.  Nessa reportagem, igrejas, escolas, comércio, são homenageados contando um pouco da história de cada lugar.






Texto escrito por João Chiarini







É uma edição bem interessante, com artigos contando um pouco de Piracicaba no início do século XX, quando ainda tinha aquele aspecto bucólico de cidade pequena e ainda circulavam lendas e crendices.




Hoje também é um dia especial:  Piracicaba completa 247 anos! Parabéns!



Vivian Monteiro, historiadora do Espaço Memória Piracicabana
Pesquisa realizada no acervo O Diário.